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Prefeitura firma parceria com startup para fortalecimento de campanhas em favor da dignidade menstrual

Rede de apoio

Prefeitura firma parceria com startup para fortalecimento de campanhas em favor da dignidade menstrual

19/04/2023 | 20:30 | 53

A Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM), firmou, nesta quarta-feira (19), uma parceria com a Startup Intense GP para fortalecimento das ações em favor da campanha da dignidade menstrual. Na oportunidade, foi apresentado o software S.O.S, uma plataforma de apoio as iniciativas de atendimento as mulheres em situação de vulnerabilidade. 

De acordo com a secretária de Políticas Públicas para as Mulheres de João Pessoa, Nena Martins, o objetivo dessa parceria é trazer visibilidade para o tema e, com isso, reunir itens de higiene menstrual que serão doados às mulheres em situação de vulnerabilidade. “A nossa ideia tem um caráter social e educativo, trazendo visibilidade ao tema e conscientizando a sociedade sobre o direito à dignidade menstrual. A pobreza menstrual provoca sofrimento e angústia em muitas mulheres que não têm o mínimo necessário para manter sua higiene íntima”, lembrou Nena Martins, acrescentando: “Preciso registrar que essa iniciativa conta com o carinho do prefeito Cícero Lucena e da primeira-dama Lauremília Lucena”.

A presidente da Startup Intense GP, Jeniffer Macena, salientou a situação de emergência que as mulheres pobres de todo o país enfrentam exige uma mobilização da sociedade civil e que a parceria com a Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria da Mulher, deverá produzir resultados bastante significativos.

“É uma honra para nós firmarmos essa parceria, no sentido de fortalecermos a nossa luta em defesa das mulheres pobres que gritam por ajuda diante da dor causada pela falta da dignidade menstrual, que é o direito ao absorvente. Buscamos contribuir não apenas com a arrecadação dos itens, que já ajudarão enormemente, mas também para a informação, para o debate e a conscientização de um assunto tão velado e que afasta da escola alguns adolescentes em situação de vulnerabilidade, aumentando ainda mais a desigualdade”, acrescentou Jennifer.

Estiveram presentes no evento representantes das prefeituras de Cabedelo, com a presença da secretária Camila Lucena, além dos municípios de Santa Rita, Conde e Bayeux, bem como do Instituto Cândida Vargas, do Fórum Mulheres de Negócio, ONGs Cuiá, Mulheres do Amanhã, Rede Feminina de Combate ao Câncer, Grupo Poderosas em Ação, Instituto IA de Incubação e Aceleração, Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ), Mulheres do Brasil e ARC Ações Solidárias.

Conscientização – Pobreza menstrual é considerada a falta de acesso a recursos e infraestrutura para manter uma boa higiene no período da menstruação. Ela não se limita à insuficiência econômica para a aquisição de absorventes, coletores ou calcinhas menstruais, mas também abrange a inexistência de condições básicas de higiene como saneamento e acesso à água, banheiros e sabonetes nas escolas e em casa. Além disso, a pobreza menstrual envolve a falta de conhecimento a respeito da menstruação, um acontecimento natural que ainda é considerado um tabu por grande parte da sociedade.

ONU – O direito à higiene menstrual está relacionado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), contemplando saúde e bem-estar, bem como a igualdade de gênero (ODS nº 3 e 5). Entretanto, de acordo com estudo elaborado em 2021 pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 713 mil adolescentes vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio. Além disso, faltam a mais de 4 milhões de meninas e meninos trans itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.

Segundo estimativa da ONU, uma em cada 10 meninas faltam à escola durante a menstruação. No Brasil, o número aumenta para uma em cada quatro. A falta de acesso a absorventes apropriados e a utilização de substitutos como tecidos, papel e até miolo de pão podem causar infecções no trato urinário, nos rins e até lesões nos órgãos reprodutores femininos.