Uncategorized

Vacina BCG pode auxiliar na prevenção contra hanseníase

A vacina BCG não é específica para a hanseníase, sobretudo, estudos demonstram um efeito protetor contra a doença, reduzindo a morbidade e possibilitando manifestações clínicas mais brandas em caso de doença. Em João Pessoa, na Rede Municipal de Saúde, a vacina é administrada ainda na maternidade e previne contra as formas graves da tuberculose (meníngea e miliar), é feita com o bacilo de Calmette-Guérin, que é uma forma enfraquecida da bactéria que causa a tuberculose.

“Na assistência, a dose que protege com a BCG é administrada em bebês, na maternidade ou, por meio dos serviços de saúde, ainda nos primeiros dias de vida, a proteção é para a vida toda. Quando há casos da doença, os profissionais de saúde realizam a proteção por meio da vacina nas pessoas comunicantes, que são aquelas de contato direto com o portador da doença, mesmo já havido vacinado quando criança. É uma forma de criar um bloqueio contra a doença e garantir a proteção”, explicou Fernando Virgolino.

Para garantia da proteção, a dose do imunizante é administrada ainda nas maternidades, nas primeiras horas de vida da criança, em dose única. Sobretudo, na rotina dos serviços de saúde, para quem não tomou ainda na maternidade, a vacina está disponível para crianças menores de cinco anos de idade.

O diagnóstico e tratamento da hanseníase é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).  Quando detectada e tratada a tempo, não é necessária internação hospitalar: é indicado o uso de antibióticos em comprimidos, com duração de 6 a 12 meses.  

Janeiro Roxo – O último domingo do mês de janeiro marca o ‘Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase e o Dia Mundial Contra a Hanseníase’. A campanha ‘Janeiro Roxo’ foi criada como alerta para importância do cuidado, diagnóstico e tratamento da hanseníase e para riscos do subdiagnóstico.  

A doença, ainda cercada de preconceitos e estigma, é contagiosa, mas tem controle e tratamento oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A intenção da campanha é aumentar a conscientização, reduzir o estigma, estimular o diagnóstico precoce e capacitar os profissionais durante todo o ano, em vez de concentrar as ações apenas no mês de janeiro.

Hanseníase – É uma doença infecciosa e contagiosa que afeta pele e nervos, podendo causar sequelas se não for tratada precocemente. Também conhecida como lepra ou mal de Lázaro, é causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. A doença é considerada crônica, com período de incubação prolongado que pode durar anos. Afeta pessoas de todas as idades, independentemente de gênero.

Os sintomas da hanseníase podem ser apresentados por manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou marrons em qualquer parte do corpo; diminuição da sensibilidade ou formigamento em mãos, pés ou olhos; caroços, nódulos e entupimento nasal e ainda uma diminuição ou perda de força muscular em mãos, pés e pálpebras.

A hanseníase é tratada com antibióticos, em doses mensais supervisionadas na unidade de saúde e doses autoadministradas em casa. O tempo de tratamento varia de acordo com a forma da doença, podendo ser de 6 a 12 meses. Em João Pessoa, o hospital referência para o tratamento da hanseníase é o Clementino Fraga, unidade do SUS que pertence à Rede Estadual de Saúde.

Esquema com a vacina BCG: Esta vacina é contraindicada para gestantes e pessoas imunodeprimidas. No caso de contatos com a hanseníase a vacinação é seletiva, nas seguintes situações:

Menores de 1 (um) ano de idade:

– Não vacinados: administrar 1 (uma) dose de BCG;

-Comprovadamente vacinados que apresentem cicatriz vacinal: não administrar outra dose de BCG.

– Comprovadamente vacinados que não apresentem cicatriz vacinal: administrar 1 (uma) dose de BCG 6 (seis) meses após a última dose.

A partir de 1 (um) ano de idade:

– Sem cicatriz: administrar 1 (uma) dose;

– Vacinados com 1 (uma) dose: administrar outra dose de BCG, com intervalo mínimo de 6 (seis) meses após a dose anterior;

– Vacinados com 2 (duas) doses: não administrar outra dose de BCG. Pessoas expostas ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV): 2

– Criança que chega ao serviço de saúde, não vacinada, deverá receber a vacina BCG se assintomática e sem sinais de imunodepressão.

– A partir dos 5 (cinco) anos de idade, pessoas portadoras de HIV não devem ser vacinadas, mesmo que assintomáticas e sem sinais de imunodeficiência.